MOTORISTAS E FRENTISTAS MOBILIZAM-SE POR REAJUSTE


Assembeia desta segunda, dia 7, decide manter paralisação; com
microfone, Rui Oliveira, presidente da APLB-Sindicato
(Foto: Manoel Porto)
De Salvador (Bahia) – Enquanto os professores da rede estadual chegam a quase um mês de greve na luta pelo piso nacional, os rodoviários e empregados dos postos de combustível iniciaram nesta segunda, dia 7, na capital baiana, mobilizações de rua em busca de reajuste salarial.

Motoristas e cobradores de ônibus fizeram nesta segunda uma manifestação na área do Iguatemi, onde os protestos de rua causam grande repercussão já que é atualmente a zona mais sobrecarregada de trânsito. Suas lideranças sindicais participam nesta terça, dia 8, de mais uma rodada de negociações com os representantes patronais. Há perspectiva de greve.

De acordo com matéria de A Tarde On Line, “a categoria reivindica 8% de ganho real, o fim da terceirização, redução da jornada de trabalho para 6h, além do retorno do quinquênio recusado pela Justiça no ano de 2006. Pedem também aumento da participação nos lucros de 15% para 30% na volta das férias, aumento do vale-alimentação de R$ 10,70 para R$ 15, incluído também no período das férias. Ainda faz parte da reivindicação a extensão do plano de saúde para todos os integrantes da família, o que representa 14% de benefício geral”.

Sindicalistas durante manifestação nesta segunda, dia 7, em posto
de combustível na Avenida Paralela (Foto: Divulgação)
Frentistas se reúnem em postos

Já os frentistas (trabalhadores de postos de gasolina), que nesta segunda, dia 7, fizeram manifestações em postos da Avenida Paralela, prosseguem amanhã, dia 8, com seu processo de mobilização. Conforme noticiário distribuído por seu sindicato (Sinposba), “a partir das 6h, os manifestantes estarão no Posto Novo Bairro, no Itaigara (em frente ao Parque da Cidade). De lá, os trabalhadores seguem em passeata para o Híper Posto e encerram as atividades no Posto Cidade Jardim”.

Ainda de acordo com nota informativa do sindicato, suas principais reivindicações são valorização salarial, plano de assistência médica e cesta básica, entre outros benefícios. E prossegue: “Até o momento, foram realizadas quatro reuniões de negociação com o sindicato patronal, mas sem avanços. Dessa forma, o Sinposba resolveu pedir a mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), no último dia 02/05. A direção do sindicato aguarda a notificação com data e hora da nova reunião”.

Greve dos professores continua

A greve dos professores começou no dia 11/abril. Nesta segunda, dia 7, nova assembléia no pátio da Assembleia Legislativa – cujo salão junto ao plenário continua ocupado por grevistas – decidiu prosseguir na paralisação. Algumas ações visando manter a mobilização foram anunciadas, a exemplo de uma passeata na manhã da quarta-feira, dia 9, no centro da cidade.

O impasse parece difícil de ser rompido. A maioria dos estudantes da rede estadual está sem aulas há quase um mês, conforme a avaliação dos dirigentes da APLB-Sindicato, a entidade do professorado. Os grevistas não arredam pé da exigência de reajuste salarial de 22,22%, mesmo para os professores que já ganhavam mais do valor do piso nacional (R$ 1.451,00), argumentando com a necessidade de se valorizar também o pessoal com melhor formação acadêmica e sem esquecer que representantes do governo estadual já tinham firmado um acordo garantindo cumprir a reajuste a ser estabelecido para o piso.

Do outro lado, o governo do petista Jaques Wagner, já com os projetos de reajuste salarial aprovados pela folgada maioria que mantém na Assembleia, diz que a minoria que ganhava abaixo do piso nacional já teve seus salários elevados para acima do piso e que não pode reajustar o salário de todos os cerca de 40 mil professores do estado, de imediato, na base dos 22,22%, porque isso estouraria os limites de gasto determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Acena com reajustes parcelados em novembro/2012 e abril/2013. Os dias não trabalhados pelos grevistas já foram descontados na folha de pagamento e não se ouve falar em negociações.

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