COLÔMBIA: GREVE NACIONAL ENTRA NO OITAVO DIA SEM SINAIS DE ACORDO



(Foto: Telesul)
Depois de sete dias de greves e protestos na Colômbia, se contabilizam mais de 220 prisões, 25 estradas com ocorrências de bloqueios, outras totalmente fechadas, três mortes, dezenas de feridos e constantes denúncias de manifestantes sobre agressões das forças policiais.

Matéria do sítio da TV Telesul, de 26/08/2013

A greve nacional agrária e popular na Colômbia entra nesta segunda-feira (dia 26) no seu oitavo dia de protestos e mobilizações, devido à falta de respostas de parte do governo do presidente Juan Manuel Santos e após várias tentativas frustradas de aproximação entre os organizadores das manifestações e representantes do Executivo nacional.

Ainda que tenha começado como uma greve agrária, nesses oito dias vêm se somando ao movimento os mineiros, estudantes, professores, caminhoneiros e trabalhadores da saúde e a totalidade do sindicalismo camponês, que reclamam demandas salariais e rechaçam a violência usada pela polícia  contra os manifestantes e demais partidários do movimento.

Meios de comunicação colombianos afirmam que pela primeira vez em muitos anos se uniram “setores tão diversos da sociedade colombiana”, para reclamar uma melhoria nas condições de vida e trabalho das classes populares; apesar das exigências tão variadas que apresenta cada setor.

Centenas de milhares de manifestantes afirmaram que se manterão nas ruas até verem atendidas suas reivindicações. Também rechaçam o alto custo dos insumos, o aumento dos preços da gasolina e a destruição dos mercados de seus produtos, um efeito dos 11 tratados de livre comércio firmados pela Colômbia com potências como os Estados Unidos e a União Europeia.

A agência Prensa Latina (PL) noticiou no domingo (dia 25) que em sete dias de greves e protestos na Colômbia, se contabilizam mais de 220 prisões, 25 estradas com ocorrências de bloqueios, outras totalmente fechadas, três mortes, dezenas de feridos e constantes denúncias de manifestantes sobre agressões das forças policiais.

Sobre isto, a força policial tem, desde o início,  permissão para atuar com total rigor e de forma violenta. Por isso, em vários vídeos difundidos na internet são mostrados policiais golpeando e intimidando os manifestantes, inclusive com armas de fogo.

Neste sentido, os camponeses denunciaram no domingo que continuam as detenções arbitrárias, como a do líder da Marcha Patriótica e membro da Central Unitária de Trabalhadores e da Mesa Nacional de Interlocução e Acordo, Huber Ballesteros, que foi preso em Bogotá, acusado de “rebelião e terrorismo”.

Após sua detenção, a Marcha Patriótica denunciou que se trata duma ação para “desmoralizar e tirar a força do movimento agrário e popular”, mas que longe de amainar os protestos, a luta se mantém pela defesa da terra e do território.

O movimento continua sacudindo várias regiões como Nariño, Putumayo, Boyacá e Cundinamarca, bem como levantando as vozes de outros milhares de campesinos de Meta, Huila, Cauca, Valle del Cauca e Antioquia.

Por outro lado, o Escritório na Colômbia do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos exortou à calma, já que depois de sete dias as manifestações resultaram em três mortos, centenas de feridos e perdas estimadas em mais de 25 milhões de dólares.

teleSUR-PL-Granma-LaFM-ElTiempo/MARL

Comentários