COMISSÃO DA VERDADE DESCOBRE CORPO DE GUERRILHEIRO NO CEMITÉRIO DE BRASÍLIA

Por Leandro Mazzini, de 17/09/2013 (enviado por Otto Filgueiras)

Uma descoberta histórica e uma das mais relevantes da Comissão Nacional da Verdade  (CNV): o corpo do guerrilheiro Epanimondas Gomes de Oliveira, desaparecido desde a década de 70, está enterrado como indigente no Cemitério de Brasília.

A CNV pediu autorização à Justiça Federal para exumação dos restos mortais na próxima Terça-feira, dia 24.

Membro do Partido Revolucionário dos Trabalhadores, o camponês Epanimondas estava desaparecido desde dia 20 de Agosto de 1971, mês em que fora  preso pela Polícia do Exército no município de Tocantinópolis – hoje Tocantins, mas à época território de Goiás.

Deve-se a descoberta à investigação do delegado federal Daniel Lerner, licenciado da corporação e hoje assessor especial da CNV. Quadro das investigações da CNV, o delegado é egresso do grupo de José Carlos Dias, quando ministro da Justiça, hoje diretor da Comissão da Verdade.

O processo de desaparecimento de Epanimondas no Ministério da Justiça é o nº 250/96. Antes da exumação, a CNV fará o scaneamento do solo do cemitério nesta semana.

De porte de documentos e depoimentos após meses de apuração, o delegado Daniel Lerner evita holofote e apenas resume que há comprovações de que o corpo é do guerrilheiro. Assim que exumado e confirmada a identidade por exame de DNA, a CNV vai pedir explicações ao Exército. Há suspeita de que morreu num hospital militar de Brasília com marcas de tortura e seu corpo sumira desde então.

Epanimondas tinha 68 anos, fora sapateiro na terra natal, Bons Pastos (MA), filho de  Ângela Gomes de Oliveira e José Benício de Souza. Ele teve papel importante no Araguaia como ‘Apoio’ aos guerrilheiros. Ele era do grupo do líder camponês e ex-deputado José Porfírio.

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