GRITO DOS EXCLUÍDOS EM BH ATRAI UMAS 600 PESSOAS



Este é o lema do Grito deste ano (foto tomada do Correio do Brasil retratando ato de ontem no Rio)
Mineiros se manifestam contra a intervenção do império dos EUA na Síria e contra os monopólios da imprensa, em especial da Rede Globo

De Belo Horizonte (MG) – Acompanhei ontem (sábado, dia 7) o Grito dos Excluídos na sua 19ª. edição, desta vez na capital dos mineiros. Acho que foi razoável, calculei umas 600 pessoas, embora todas as manifestações no Brasil no pós-jornadas de junho/2013 pareçam diminutas.

Foi maior que o Grito que vi em São Paulo em 2010 (este ano também, pelo que vi em foto no Correio do Brasil, SP voltou a repetir um ato bem pequeno, nas escadarias da Catedral da Sé). Não sei por que SP faz tal manifestação com uma mobilização tão fraca. Na minha terra, Salvador/Bahia, os Gritos são tradicionalmente bem mais representativos, embora no do ano retrasado alguns líderes de entidades reclamaram da Igreja Católica (a principal organizadora) monopolizar o microfone.
"Por uma mídia popular": o Grito nas ruas de BH (Fotos: Jadson Oliveira)
Como sempre nos Gritos, uma gama ampla de movimentos sociais e populares, partidos e sindicatos participou dos protestos contra as desigualdades e injustiças sociais da nossa sociedade capitalista e cruel contra as camadas mais pobres – justamente “os excluídos”.

Jovens do Levante malham a Rede Globo

Ontem postei aqui mais de 30 fotos com a variedade imensa de reclamações e reivindicações de várias organizações políticas/comunitárias. As que me pareceram mais destacadas foram a Central Única dos Trabalhadores (CUT), as pastorais católicas, o PSTU, junto com a Central Sindical Popular (CSP) – Conlutas, e os jovens do Levante Popular da Juventude (LPJ), movimento recente que parece estar crescendo em BH.

Dois representantes do Levante – Henrique Leite e Emanuela (Manu) Lopes – falaram em nome da entidade logo na abertura, na concentração no início da manhã embaixo do Viaduto Santa Tereza. Fincaram sua fala na condenação dos monopólios da mídia hegemônica, porta-voz mais visível da direita em nosso país, em especial, claro, contra a Rede Globo.

Henrique me contou que o LPJ vem crescendo em todo o país e já está instituído em 17 estados. Aqui em BH ele disse que os militantes já fizeram dois “escrachos” contra torturadores da ditadura e um contra a Globo-MG.
Dom Luiz Gonzaga: apelo pela paz na Síria
Além de apresentações das chamadas “místicas” – manifestações artísticas populares -, falou também, no caso pela Igreja Católica, o bispo auxiliar da Arquidiocese de BH, Dom Luiz Gonzaga. Ele não perdeu a oportunidade de lembrar que estar embaixo dum viaduto, simbolicamente, é estar ao lado dos excluídos socialmente.

Mencionando o apelo do papa Francisco em favor da paz na Síria - e consequentemente contra a intervenção militar do império estadunidense -, pediu um minuto de silêncio e reforçou a posição do Papa sobre o tema.

A partir do Viaduto Santa Tereza, os manifestantes iniciaram a caminhada pela Avenida dos Andradas e terminaram por volta do meio-dia na Praça Sete, ponto central da cidade. Na passagem, fizeram um ato na Praça da Estação homenageando alguns dos que deram a vida na luta pela liberdade e contra as diversas formas de opressão, como os dois jovens que caíram dum viaduto nos protestos de junho em BH – Douglas Henrique e Luiz Felipe.

Daí subiram pela Rua dos Guaicurus, pegaram um pequeno trecho da Avenida Afonso Pena e desembocaram na Praça Sete. Aí se dispersaram – o desfile oficial do 7 de Setembro também já havia terminado - e parte dos manifestantes se incorporou aos atos protagonizados por um grupo de jovens black blocs (vestidos de preto e com máscaras) e por um grande aparato da Polícia Militar, incluindo os homens da tropa de choque (também vestidos de preto e com máscaras).

Deu-se então outra história, já referida resumidamente quando fiz aqui neste meu blog – nas primeiras horas da madrugada de hoje – uma postagem com umas 20 fotos.

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