HADDAD E O IPTU DE SP: SE É RUIM UMA SOCIEDADE EM QUE SÓ ALGUNS FALAM, QUE NÃO SE FALE SÓ COM ALGUNS


(Ilustração do Blog do Miro)
Eleito homem novo, Fernando Haddad deu de comer aos 'terroristas' da desinformação e não inovou na relação com a mídia. Não adianta reclamar num dia para, no outro, escolher a Folha como interlocutor

Por João Peres, na RBA - Rede Brasil Atual, de 11/11/2013

Não deixa de surpreender a afirmação do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de que sua gestão é vítima do que classificou como monopólio da informação. “Nós não podemos ter uma sociedade monolítica em que só alguns falam. E esses alguns têm o pensamento único e só o pensamento deles que vale. Tudo que difere do que eles pensam está errado”, disse, na última sexta-feira (8), durante entrevista coletiva. “É o império da comunicação, querendo ditar a política pública em São Paulo. Mas comigo isso não vai funcionar.”

O que surpreende, no entanto, é a gestão privilegiar os tradicionais veículos comerciais – cuja credibilidade está em decadência – e explorar de pouco a nada as novidades possíveis do mundo da informação. Haddad está na vida pública há tempo suficiente para conhecer essa deformação da democracia brasileira. Como ministro da Educação, sofreu com campanhas anti-Enem. Como integrante da gestão de Marta Suplicy na mesma prefeitura que ora ocupa viu de perto o potencial difamador dos veículos tradicionais.
Ainda assim, apostou todas suas fichas naqueles que agora acusa de serem promotores do terrorismo da desinformação. Eleito "homem novo" há um ano, o petista imprimiu em seu primeiro ano de gestão uma política de comunicação que não deixa a dever à lógica de mão única do século 20. Todos os dias, deu de comer àqueles que agora o golpeiam.

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