CORREA NA CELAC: "LIBERDADE É PARA O POVO E NÃO PARA O CAPITAL"

 Correa na Celac: "liberdade é para o povo e não para o capital"
Rafael Correa: "Desde que se inventou a imprensa, a liberdade de imprensa não é nada além da vontade do dono do meio de comunicação" (Foto: Adyrene Pérez/Cuba Debate)

Sugeriu a criação de um sistema interamericano de direitos humanos na região, sem a presença de poderes hegemônicos.

"Os monopólios da comunicação pretendem impor suas visões e interesses, uma ordem mundial injusta”.

 “É preciso fazer da América Latina e do Caribe uma região de homens e mulheres livres”.

"Tolerância zero ao neocolonialismo, esse é um consenso mínimo”. 

“A paz não é só a ausência de guerra, a paz é também justiça com igualdade”.

Por Théa Rodrigues, no Portal Vermelho (com informações da Telesur), de 29/01/2014

O presidente equatoriano, Rafael Correa, questionou nesta terça-feira (28) a forma como a liberdade de expressão é facilmente manipulada por grandes empresas na América Latina. Em sua intervenção na 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que acontece em Cuba, o chefe de Estado sugeriu ainda a criação de um sistema interamericano de direitos humanos na região, sem a presença de poderes hegemônicos.

Para Correa, a liberdade de expressão na América Latina vem sido confundido com os direitos empresariais e, por isso, pediu que os governos garantam que essa liberdade seja exercita para o povo e não para o capital. O mandatário parafraseou o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro, e disse que “desde que se inventou a imprensa, a liberdade de imprensa não é nada além da vontade do dono do meio de comunicação”.

Segundo ele, “vemos cotidianamente que as expressões colonialistas não desapareceram”, o que é resultado do "império do capital e uma de suas extensões: os monopólios da comunicação que pretendem impor suas visões e interesses, uma ordem mundial injusta”.

O presidente afirmou ainda que “uma coisa é o ser humano em função do capital e outra coisa é o capital em função do ser humano”.

Sistema latino-americano de direitos humanos

Em outro momento do discurso, Correa questionou instâncias como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que de acordo com ele rompem seus próprios princípios e manipulam suas decisões. Sendo assim, ele sugeriu a criação de um projeto latino-americano de direitos humanos, com uma nova visão e sem que qualquer país possa atentar contra o mesmo.

Para o mandatário equatoriano, o atual sistema tem muitas inconsistências, como é o caso da OEA, que permite o bloqueio a Cuba e, com isso, viola a carta fundamental e o próprio direito internacional. “É preciso fazer da América Latina e do Caribe uma região de homens e mulheres livres”, disse. Da mesma maneira, colocou em questão o estabelecimento da CIDH, que tem sua sede em um país que não cumpre com o pacto de San José.

“Espero que a Celac substitua a OEA. Temos que aprender a dialogar e ter consensos mínimos. Tolerância zero ao neocolonialismo, esse é um consenso mínimo”, afirmou ele, que reiterou que “a paz não é só a ausência de guerra, a paz é também justiça com igualdade”.

Correa terminou seu pronunciamento citando Eloy Afaro: “como disse o compatriota equatoriano, nada para nós, tudo para vocês, povos, dignos de ser livres”.

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