COLÔMBIA: EM CAMPANHA POR REELEIÇÃO, PRESIDENTE PROMETE DIÁLOGO COM MOVIMENTO CAMPESINO



A marcha exige que se cumpram compromissos para uma reforma agrária (Foto: AFP/Página/12)
Santos ordenou que não se rompa com as organizações campesinas que protestam: a massiva marcha da última segunda-feira, dia 17, se misturou com a campanha eleitoral, na qual o presidente busca sua reeleição. Ele deu ordens para que seus ministros evitem uma greve agrária em maio, mês em que se dará a eleição presidencial.

Matéria do jornal argentino Página/12, edição de hoje, dia 19

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou a seus ministros que se mantenham em diálogo com os camponeses que na última segunda-feira, dia 17, marcharam pela capital e ameaçaram deflagrar uma nova greve no início de maio para exigir o cumprimento de acordos firmados no ano passado. “Dei instruções aos ministros para que continuem esse diálogo, continuem esse processo de informação e de conversação com os diferentes setores agropecuários e camponeses para o cumprimento do que se acordou”, afirmou Santos ao final de reunião do conselho de ministros no arquipélago caribenho de San Andrés. Milhares de camponeses, indígenas e afro-descendentes marcharam anteontem (dia 17) pelo centro de Bogotá para exigir do governo de Santos -, que aspira à reeleição no pleito do próximo dia 25 de maio -, que cumpra os acordos de setembro de 2013.

Esses pactos permitiram o encerramento duma greve iniciada em 19 de agosto, que se prolongou por vários dias e desatou choques com a força pública, situação que o governo conseguiu aplacar com a instalação de mesas de negociação com os vários líderes. Uma das principais exigências das organizações populares é que o governo reverta os tratados de livre comércio que assinou nos últimos anos devido aos efeitos que – argumentam – resultaram no empobrecimento ainda maior de agropecuaristas prejudicados por um abandono de décadas.
Manifestação dos camponeses na segunda, dia 17 (Foto: Nodal)
Na manifestação da segunda-feira participaram, além dos movimentos camponeses, coletivos de indígenas e afro-descendentes que ameaçaram convocar uma nova greve em maio para exigir do governo o cumprimento dos acordos que puseram fim à paralisação de 2013. “A mobilização agrária não é um protesto para tirar proveito da conjuntura eleitoral. É uma forma de dizer ao país que não há avanços e que não estamos de acordo com o pacto agrário que se está fazendo desde a perspectiva dos sindicatos ricos, como a SAC (Sociedade dos Agricultores da Colômbia) e a Fedegan (Federação Colombiana dos “Ganaderos” – criadores de gado)”, disse Ricardo Herrera, representante da Coordenação Nacional Agrária (CNA), que agrega grande parte do movimento campesino.

Não obstante, segundo Santos, “o inventário sobre o cumprimento desses compromissos é altamente positivo”, ao referir-se ao nível de execução dos acordos por parte do governo com o campo, para o qual sua administração lançou no ano passado o Grande Pacto Agrário Nacional.

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El presidente también instó al Congreso a que acelere la discusión de proyectos como el de la ley de Desarrollo Rural, de la cual dijo: “La necesita el campo, la necesita Colombia”. El mandatario, que busca la reelección, quiere evitar cualquier tipo de conflicto que pueda llegar a opacar su permanencia en el cargo.

Según Herrera, “la meta es construir un pliego (uma plataforma, uma proposta) unitario que contenga el tema de tierra, los territorios, el medio ambiente, la economía propia frente al modelo de despojo, los modelos de minería y energía, cultivos de coca, marihuana y amapola, los derechos sociales, las garantías políticas, las relaciones entre el campo y la ciudad, la paz, la justicia social y la solución política”. En respuesta, el ministro de Agricultura, Rubén Darío Lizarralde, enfatizó que el gobierno sí cumplió. “Hay que determinar si las marchas son adelantadas por disidentes o por los mismos con los que hemos venido trabajando”, sostuvo.

Hoy está previsto que Santos se reúna con representantes del movimiento agrario para evitar un paro total – que podría efectuarse cerca de las elecciones presidenciales –, aunque algunos gremios (alguns sindicatos, associações) denuncian que fueron invitados formalmente. En ello coincidieron miembros de la Cumbre Agraria y Campesina Etnica y Popular tras (após) reunirse este fin de semana para definir las medidas a tomar y así expresar su inconformismo por el manejo que el gobierno le ha dado a la crisis en el campo. César Pachón, vocero (porta-voz, representante) del movimiento Dignidad Papera, aseguró que el presidente “tiene la última palabra porque se ha comprometido con unos acuerdos a los que tiene que darles cumplimiento; de ser así no habría ningún problema”.

El CNA y otras organizaciones sociales y campesinas critican la falta de una política agraria y argumentan que, pese a las mesas para el diálogo, no se ha entrado en serio en los puntos nodales (pontos fundamentais) por los que se movilizaron. La CNA reiteró que “la fecha de paro (a data da greve) la define el gobierno nacional, nosotros le estamos diciendo que tenemos una propuesta, que estamos atentos a que nos escuche, nos atienda y dé salidas reales a la problemática del sector agrario en Colombia”.

Tradução: Jadson Oliveira

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