ARGENTINA: CRISTINA PEDE QUE OS RESPONSÁVEIS PELOS ANOS 90 FAÇAM AUTOCRÍTICA



Cristina Kirchner entre seus ministros Jorge Capitanich (chefe de Gabinete, equivalente no Brasil a chefe da Casa Civil) e Axel Kicillof (Economia) no ato na Casa Rosada (Foto: Página/12)
“Vou deixar um país muito melhor”, diz a presidenta Cristina Kirchner na apresentação do Plano Pampa Azul. Destacou as reformas dos últimos anos e cobrou dos setores dirigentes do país que se ponham “do lado da Argentina”: cobrou dos segmentos político, empresarial e econômico “uma autocrítica do que fizeram nos anos 90” (década do auge do neoliberalismo que quebrou o país).

Por Julián Bruschtein, no jornal argentino Página/12, edição de 22/04/2014 (o título acima é deste blog)

“Isto é o que quero deixar ao próximo presidente: um país muito melhor do que o que nós encontramos. Essa é a melhor herança que vai receber”, destacou na segunda-feira, dia 21, a presidenta Cristina Fernández de Kirchner, apontando para as as melhoras realizadas nos últimos 10 anos. Ela convidou ademais o setor político, empresarial e econômico a “fazer uma autocrítica do que fizeram nos anos 90” e pediu “a todos os argentinos que reflitamos juntos para que cada vez mais sejamos um pouco melhores e que o próximo governo possa fazer melhor as coisas porque encontrou um país muito melhor”.

“Caberia se perguntar por que não fazemos um pequeno esforço pelos que ainda não podem sair de férias ou ir fazer compras em Nova Iorque. Por isso me criticam tanto, porque ainda temos que nos ocupar deles, aos quais ainda não pudemos chegar e que, como argentinos, temos a obrigação de fazê-lo”, assinalou Fernández de Kirchner, destacando as melhores possibilidades econômicas como um dos objetivos principais do modelo kirchnerista. No Salão das Mulheres, na Casa Rosada, a presidenta apresentou o programa Pampa Azul, destinado à investigação do oceano, além de inaugurar o terminal de ônibus de Jujuy e anunciar melhorias para os produtores de biodiesel. No seu discurso chamou a classe dirigente a “estar não do lado do governo, mas do lado da Argentina”.

Falando da próxima presidência, a chefa de Estado focou na melhoria geral do país desde 2003, quando Néstor Kirchner foi eleito presidente, até o final do seu mandato, em 2015. Com o apoio da juventude, que se concentrou no fundo do salão para manifestar seu respaldo, a presidenta interpelou os segmentos dirigentes ante o posicionamento sobre a realidade do país. Pediu a “todos os políticos que não se percam por um minuto de fama, porque mais cedo ou mais tarde também virão para cima deles”, apontando as concessões feitas pelos que se aproximam dos meios de comunicação hegemônicos. Aí também optou por fazer um chamado à reflexão para “não nos deixar levar pelo que nos dizem, e sim pela própria realidade, por como vivemos e como nos tocou viver”.

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La mención del ex presidente Kirchner y los logros (e as conquistas) en la última década despertaron a los militantes que en el fondo respetaban el pedido presidencial para mantener la compostura. “Ya de bebé (Desde quando criança), en mi casa había una foto de Perón en la cocina. Ahora, de grande, Unidos y Organizados junto a Néstor y Cristina”, cantaban con los dedos en V y continuaban con un “voy a seguir la bandera de Evita de la cuna hasta la tumba (do berço até a morte)”, hasta que la Presidenta volvió a darles las gracias (voltou a lhes agradecer) después de escucharlos con una sonrisa. En las videoconferencias que precedieron el discurso también se veía cantidad de jóvenes con banderas de las agrupaciones kirchneristas, como La Cámpora, Kolina y Unidos y Organizados.

“No vivimos en Festilindo y tampoco es posible, porque si uno mira el mundo no hay que ir muy lejos de acá (muito longe daqui), donde había modelos que nos planteaban (propunham) una realidad y ahora hay otra”, señaló comparando, aunque sin nombrarlo, el estado de situación de Argentina con países como Chile, en donde el modelo económico y político es puesto como ejemplo por dirigentes como el jefe de Gobierno (prefeito de Buenos Aires), Mauricio Macri, o (ou) el diputado del Frente Renovador Sergio Massa, pero sin hacer notar los índices de pobreza (NT.: Ambos, Macri e Massa, se colocam como pré-candidatos opositores à presidencia). Aí argumentou que la iniciativa Pampa Azul estaba encaminada en base a cálculos que indicaban que “no va a haber comida suficiente en la Tierra para las próximas décadas, va a haber más comida en el agua que en la tierra”.

Por ello (Por isso) destacó que “además de bañarnos y de pescar, vamos a ir al mar a investigar”, calificando el proyecto de “estratégico”, y lo puso en la lista como “una política de Estado que debe ser continuada por todos los gobiernos”. “Lo que quiero dejarle al próximo presidente es un país mucho mejor que el que nos tocó a nosotros; va a recibir un país totalmente diferente, de eso no tengo ninguna duda (dúvida)”, cerró (encerrou) la Presidenta con seguridad mirando al futuro.

Tradução: Jadson Oliveira

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