O VENENO ESTÁ NA MESA 2: A AGROECOLOGIA É A RESPOSTA AO AGRONEGÓCIO MORTAL

Sílvio Tendler (Foto: Teatro Casa Grande)

Em novo filme de Sílvio Tendler, Stédile, do MST, afirma: "está mais que provado que podemos produzir sem venenos sem desequilibrar o meio ambiente."

Por Léa Maria Aarão Reis, no portal Carta Maior, de 23/04/2014

Uma plateia superlotada do Teatro Casa Grande, no Leblon, Rio de Janeiro, local de encontros políticos memoráveis, nos tempos duros da ditadura civil-militar, aplaudiu de pé, durante vários minutos, o documentarista Silvio Tendler, depois da exibição do seu mais recente longa metragem (70 minutos), O veneno está na mesa 2, lançado na ocasião.

Perseguindo a ideia de ampliar ao máximo as plateias dos seus filmes e tornar acessível a todos sua fértil produção cinematográfica, o DVD desta suíte de O Veneno está na mesa 1 já estava sendo vendido, nessa noite, por R$5,00. Dentro de alguns dias estará circulando na internet gratuitamente dentro da filosofia de Tendler do copie e distribua dos filmes que faz, nas redes sociais, TVs comunitárias e públicas.
 
Depois da sessão houve debate com Luiz Claudio Meirelles, pesquisador da Fiocruz e ex-gerente da Anvisa, com Nívia Silva, do Movimento dos Sem Terra (MST) e o diretor.

Meirelles chamou a atenção para o projeto de lei que está para ser votado no Senado que retira do Ministério da Saúde (da Anvisa) a competência para analisar e decidir, em conjunto com órgãos dos ministérios do Meio Ambiente e do Ministério da Agricultura sobre questões relacionadas ao uso de agrotóxicos no país, em prejuízo grave à saúde pública do país.  Ressaltou também a sistemática campanha de desinformação ao cidadão sobre os males dramáticos que o uso desses produtos tóxicos representa na mesa do brasileiro e a ocultação, por parte da mídia, até de episódios de crianças mortas, no campo e de mulheres que enlouquecem, intoxicadas nos ambientes rurais. Episódios que, criminosamente também, não são informados à população.

No documentário, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, doutor em Saúde Pública e especialista em Medicina Social acrescenta: "Para além das decisões científicas e das decisões econômicas, que são os interesses do agronegócio, a saúde pública acaba sendo sacrificada."


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