CHOMSKY: “OS ESTADOS UNIDOS SEGUEM DOMINANDO O MUNDO POR MEIO DA VIOLÊNCIA E ARROGÂNCIA”



Noam Chomsky, renomado analista internacional e linguista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) (Foto: VTV/Aporrea)
Os gastos militares dos EUA são "mais ou menos equivalentes aos do resto do mundo em seu conjunto".

Por Venezuelana de Televisão (VTV – estatal) - Matéria reproduzida do portal venezuelano Aporrea.org, de 12/05/2014

Apesar dos meios de comunicação promoverem que a China é uma ameaça, o país que segue dominando o mundo através da "violência e arrogância" é os EUA, enquanto a Europa se submete a Bruxelas e ao Bundesbank, afirma o célebre pensador político Noam Chomsky.

"Leio nestes dias editoriais loucos que nos devolvem aos tempos da Guerra Fria. Como se podem comparar as recentes ações de Putin na Criméia com os acontecimentos na Hungria, Tchecoslováquia e Afeganistão?", se indigna o conhecido lingüista numa entrevista à revista semanal 'L'espresso', dedicada ao papel dos EUA, China, Coréia do Norte e a União Europeia (UE).

"Que direito tem o Ocidente, que atacou e invadiu o Iraque, que bombardeou o Afeganistão, que foi uma testemunha passiva - se é que não provocou de maneira ativa - o desmembramento da Yugoslávia e que reconheceu o Kosovo, a protestar, indignar-se e inclusive impor sanções contra a Rússia pelo que está sucedendo na Criméia, onde eu não tenho conhecimento de que se tenham produzido massacres, limpezas étnicas nem violência?", se pergunta. Por que os EUA seguem considerando todo o mundo como "territórios submetidos" que podem e até devem controlar e mudar segundo seus próprios interesses?, continua.

Os Estados Unidos seguem sendo a primeira potência do mundo, uma posição que alcançaram depois da Segunda Guerra Mundial e que continuam mantendo com "imutável violência e arrogância", e a China não pode se considerar como um competidor capaz de disputar esta liderança, acredita Chomsky. A China não conta com  potência militar equiparável, já que não tem bases militares nem aliados por todo o mundo, seus gastos militares não são comparáveis com os dos EUA e "não pretende impor seu modelo sócio-econômico", explica. Acrescentou que os gastos militares dos EUA são "mais ou menos equivalentes aos do resto do mundo em seu conjunto".

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A pesar de ello (Apesar disso) el mundo está obsesionado por el temor a China, principalmente debido a las prácticas mediáticas que, en busca de noticias bomba, solo son capaces de "alimentar estereotipos en vez de investigar y analizar acontecimientos reales". No obstante, según un sondeo (No entanto, segundo uma pesquisa), el país que representa una mayor amenaza para el mundo, según el 70% de los europeos encuestados (pesquisados), es EE.UU., seguido de Pakistán, la India y China, que se sitúa en el cuarto lugar con apenas el 10% de votos, afirma Chomsky. Gracias a su experiencia histórica, "los europeos saben diferenciar la amenaza real de una falsa", concluye.

Algunos conflictos en el mundo han sido reactivados por EE.UU. no solo (não só) de manera activa, sino también pasiva. En 1994 EE.UU. y Corea de Norte estaban a punto de acordar la firma de un tratado de paz, pero el entonces líder estadounidense, Bill Clinton, prefirió 'olvidarse' del país asiático para dedicarse al conflicto palestino-israelí, mientras (enquanto) que George Bush tampoco hizo nada para que avanzara el acuerdo, cuenta Chomsky. "Fue EE.UU. el que violó los acuerdos y, de esta manera, provocó la carrera de armamentos nucleares", a pesar de que la prensa mundial echa (joga) toda la culpa a Corea del Norte, concluye.

Si EE.UU. quiere de verdad mejorar sus relaciones con Corea del Norte tiene que volver a las negociaciones directas y convencer a Corea del Sur para que articule una política de apertura (de abertura) y diálogo con su vecino de norte "a través de intercambios culturales y económicos", y tal vez dejar de organizar dos veces al año (duas vezes por ano) ejercicios militares a gran escala "en las narices de Pionyang", asegura el lingüista.

Por su parte, Europa se encuentra sometida al dictado (submetida aos ditames) del Bundesbank y de los funcionarios de Bruselas, y eso ya es estar lejos (longe) de la democracia. Los ciudadanos europeos contemplan cómo "se reducen, si no es que se eliminan, sus derechos". Ahora ya no importa quién gana las elecciones, ya que si uno no se somete a Bruselas será "crucificado" y "expulsado del escenario político europeo", como pasó con el ex primer ministro griego Georgios Papandreu, concluye Chomsky.

Tradução: Jadson Oliveira

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