“TODA A AMÉRICA LATINA PEDE QUE OS ESTADOS UNIDOS RESPEITE A VENEZUELA”



Rodrigo Cabeças: Os Estados Unidos trata de vulnerar processos decretados pelos povos mediante uma verdadeira mudança de época, que tem na integração e no anti-neoliberalismo dois de seus pilares essenciais.

Assunção, 4 abril (Agência Prensa Latina) - Toda América Latina está reclamando ao governo dos Estados Unidos que respeite a Venezuela, afirmou Rodrigo Cabeças, presidente da Comissão de Economia do Parlamento Latino-americano.
 
Em entrevista concedida a Prensa Latina a sua passagem pelo Paraguai, o também ex-ministro de Economia do governo venezuelano apontou que todos os partidos integrados ao Foro de São Paulo, toda a esquerda latino-americana, recusa a intervenção estadunidense em Venezuela.

Reclamamos ao presidente Barack Obama que não se propiciem, como se fez, atos de violência tratando de reeditar em nosso país esquemas desestabilizadores utilizados em outras regiões do mundo para tentar derrubar um governo legal, legítimo e popular, afirmou.

Cabeças recalcou que Washington, de alguma maneira, deve ter dado conta da mudança de América Latina, pois já não é possível seguir concebendo como seu quintal, apesar de seguir afirmando esse critério em seu discurso como o fez recentemente um senador norte-americano.

Exaltou os passos dados nos processos de integração e sublinhou como um ponto de partida a constituição da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), cujo último encontro foi realizado e presidido por Cuba como mostra de substantivas mudanças políticas e democráticos.

Para o destacado economista venezuelano, os Estados Unidos trata de vulnerar processos decretados pelos povos mediante uma verdadeira mudança de época, que tem na integração e no anti-neoliberalismo dois de seus pilares essenciais.

O entrevistado realçou a firmeza com a qual sua nação responde às tentativas intervencionistas e, ao responder aos parlamentares estadunidenses que falam de apresentar uma lista de servidores públicos venezuelanos com riquezas em Estados Unidos, os chamou a apresentar as listas e as provas de dita falsidade.

Esta é uma revolução que desde o presidente Hugo Chávez tem em sua honestidade um dos pilares centrais, mas a elite dirigente norte-americana trata da deter, pois é exemplo na derrota da hegemonia do FMI que nos empobreceu e nos endividou, afirmou.

Ao abundar no tema, assegurou que a Casa Branca, por razões de seu pensamento hegemônico, não aceita que América Latina tenha hoje a China como um de seus espaços mais importantes de comércio e também a União Europeia, pois já não existe o intercâmbio quase unilateral com Estados Unidos.

Apesar dessa situação, Cabeças considerou que no diálogo convocado pelo presidente Nicolás Maduro com a oposição se imporão as forças democráticas e vencerão, devido ao desfacelar progressivo da oposição de qualquer intentona de poder alternativo sustentada na violência.

Isso é convivência pacifica e envia uma mensagem ao governo estadunidense de que os problemas venezuelanos os resolvemos entre os venezuelanos e as venezuelanas, ratificou.

Cabeças participou durante sua permanência em Assunção como convidado ao III Congresso do Partido Movimento ao Socialismo e sustentou também entrevistas com outros setores de esquerda, entre eles a Frente Guasú, e agradeceu a solidariedade recebida para a causa venezuelana.

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