BRASIL 2014: AOS POUCOS, REALIDADE VAI MATANDO O "IMAGINA NA COPA"

A invasão colombiana do Mineirão, na primeira rodada (Foto: Viomundo)



Aqueles que sofrem da síndrome de vira-latas vão fazer uma lista dos motivos pelos quais prefeririam ver a Copa em outro país. Mas isso não tem a ver com as condições objetivas da organização.

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo, publicado em 16 de junho de 2014 às 0:55

Quando Vladimir Safatle escreveu um artigo intitulado Não Teve Copa, publicado na Folha, que reproduzimos — aliás, com uma argumentação convincente para alguém que defende aquele ponto-de-vista –, acrescentei um adendo como PS do Viomundo, que dizia:
O meu conhecimento (do Azenha) da Copa do Mundo, de ter vivido algumas pessoalmente nos países-sede, é de que depois de duas semanas o país literalmente enlouquece pelo evento. Tenho a impressão de que o Safatle desconhece o poder do futebol no imaginário do brasileiro.
Ainda é cedo para declarar a organização da Copa como tendo sido absolutamente bem sucedida. Muita água ainda vai rolar.

Porém, as pessoas estão começando a se encantar com o evento, para dizer o mínimo — e a primeira rodada nem terminou.
Há mesmo algo de especial num acontecimento que consegue arrastar 35 mil colombianos para ver uma partida de futebol no Mineirão, bem longe de casa.

Enfatizemos: a Copa privatizada é um evento frequentado majoritariamente por ricos e classe média alta. Mas isso não diminui o encanto nas cidades que sediam as partidas, por conta do clima criado por gente do mundo todo, cujas interações são baseadas unicamente na paixão pelo esporte. De repente, você se descobre falando sobre futebol  com um camaronês, um nigeriano e dois norte-americanos que nunca viu antes na vida…

Em Belo Horizonte, num aeroporto, o jogo Uruguai vs. Costa Rica juntou norte-americanos, colombianos, brasileiros, chineses e japoneses na plateia, além de gregos de cabeça inchada (haviam perdido de 3 a 0).

Só tenho como comparar o evento do Brasil às três Copas que acompanhei bem de perto: Itália, em 1990, onde passei 40 dias; Estados Unidos, onde eu vivia em 1994; França, em 1998, de onde fiz viagens aos países adversários do Brasil.

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