ELEIÇÕES BRASIL 2014: AÉCIO ESTÁ À DIREITA DE FHC, DIZ MARCO AURÉLIO GARCIA

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Marco Aurélio Garcia (Foto: Carta Maior)

Para o assessor especial da Presidência da República, posições do candidato Aécio Neves estão à direita da política externa praticada pelo governo FHC.

 

Por Darío Pignotti, @DarioPignotti - reproduzido do portal Carta Maior, de 20/10/2014

 
“Considero que ele (Aécio Neves) esteja à direita da política externa de Fernando Henrique Cardoso”, argumenta Marco Aurélio Garcia ao analisar a posição do candidato tucano durante o debate com a presidenta Dilma na terça-feira passada na Band, quando o candidato questionou os acordos entre Brasil e Cuba para a construção do Porto de Mariel.

“Eu me lembro que a aproximação com Cuba começou durante o governo do ex-presidente (José) Sarney (1985-1990) e  continuou com Cardoso, é certo que durante o governo do Fernando Henrique não havia uma grande atração, mas em termos gerais, houve uma aproximação”, disse Garcia durante entrevista à Carta Maior.

“O que (Aécio) fez durante o debate com Dilma foi vestir o traje do anticomunismo clássico ao falar das relações do Brasil com Cuba... Fez um movimento duplo, primeiro tentou ganhar as pessoas de direita que estão sempre contra Cuba e, em segundo lugar, distorceu as negociações para a construção do Porto de Mariel.

Dilma lhe respondeu com uma explicação muito correta, o que o Brasil fez foi exportar serviços para Cuba em uma negociação em que as duas partes ganham. Ele quer detalhes do contrato, mas todo mundo sabe que qualquer contrato comercial, não apenas em Cuba, contém cláusulas sigilosas, os bancos operam assim. Além disso, ele se valeu de um argumento demagógico que é dizer que enquanto se financia Mariel, os portos do Brasil estão mal, quando os portos estão em processo de reconstrução avançado”.

Este é um indício do que poderia ser a diplomacia em um governo social democrata?

Acredito que se eles ganharem tentarão uma catastrófica reorientação da política externa porque o que propõem vá na contramão das tendências mundiais e do interesse nacional do Brasil e da região.

Por outro lado, permita-me fazer uma correção sobre o PSDB. O PSDB é social-democrata apenas no nome. O PSDB foi ao encontro da social democracia quando ela foi criada, quando a social-democracia europeia abandonou seu
projeto de Estado de bem-estar e debandou para as políticas neoliberais. Isso foi muito ruim para o mundo, e se tornou explícito na crise final da Internacional Socialista. Na verdade, nós estamos em um período histórico que eu chamo pós-comunista e pós-social democrata.

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