PLANO CONDOR: ITÁLIA PROCESSA ACUSADOS DAS DITADURAS LATINO-AMERICANAS



(Ilustração: Nodal)
O primeiro julgamento europeu contra a operação de extermínio coordenada pelas ditaduras: depois de um ano de audiências com a participação de familiares e advogados, de notificações aos países interessados e aos acusados, 20 imputados irão a julgamento pelo desaparecimento de 23 pessoas de ascendência italiana nascidas na Argentina, Chile e Uruguai.

Por Elena Llorente, de Roma, no jornal argentino Página/12, edição de ontem, dia 14

Pela primeira vez na Europa, desde que as ditaduras latino-americanas fizeram desaparecer e assassinaram milhares de pessoas, a Itália processará 20 responsáveis pelo Plano Condor, a operação internacional de eliminação de opositores posta em marcha na década de 70 por essas ditaduras. Os 20 imputados são acusados pelo desaparecimento de 23 pessoas de origem italiana nascidas na Argentina, Chile e Uruguai. O julgamento começará em 12 de fevereiro próximo na terceira seção do Tribunal Penal de Roma, conforme decidiu ontem (segunda-feira, dia 13) o juiz das investigações preliminares, Alessandro Arturi. Depois de um ano de audiências com a participação de familiares e advogados, de notificações aos países interessados e aos acusados, Arturi considerou que o julgamento propriamente dito podia começar. Trata-se de 20 militares e políticos do Chile, Uruguai, Peru e Bolívia acusados de ter feito desaparecer as 23 pessoas nesses países e na Argentina, Paraguai e Brasil.

Em princípio não serão julgados os 35 acusados incluídos na lista original pelo promotor/procurador Giancarlo Capaldo, mas apenas 20. Dos 15 restantes, três faleceram e dos demais, todos uruguaios e um boliviano, se espera mais documentação da parte da Justiça dos respectivos países ou, como para o caso de vários uruguaios, o juiz enviará uma solicitação ao ministro italiano da Justiça, o único que, segundo a Constituição italiana, pode autorizar que o processo siga adiante mesmo quando os acusados já foram julgados pela mesma causa em seus países de origem. Estes casos serão revistos numa nova audiência preliminar – conforme se informou -, a qual o juiz Arturi fixou para 19 de dezembro. Aí então se verá se passam a ser parte ou não do processo que começa em fevereiro.

Continua em espanhol (com traduções pontuais):

Los 20 acusados son once (11) chilenos, cuatro uruguayos, cuatro peruanos y un boliviano. Entre ellos, el ex dictador boliviano y general Luis García Meza Tejada, responsable del golpe de Estado del julio de 1980 que derrocó a Lydia Gueiler a fin de impedir que el progresista Hernán Siles Zuazo, que había ganado las elecciones, subiera al poder. García Meza está detenido en La Paz acusado de asesinato y complicidad con el narcotráfico. En la lista aparecen también los generales chilenos Sergio Arellano Stark, famoso por haber dirigido la Caravana de la Muerte, que fue asesinando presos políticos por todo el país; Manuel Contreras, que dirigía la DINA, el servicio secreto de la dictadura de Augusto Pinochet, también detenido, y Daniel Aguirre Mora, dirigente de la terrorífica CNI (Central Nacional de Inteligencia). Entre los peruanos se destaca la figura del general Francisco Morales Bermúdez, presidente de Perú de 1975 a 1980; el jefe del Servicio de Inteligencia del Ejército (SIE) Martín Martínez Garay y el general y ex primer ministro Pedro Richter Prada. En el grupo uruguayo está el ex ministro de Relaciones Exteriores del gobierno de facto (governo de fato – ditadura) (1973-1976) Juan Carlos Blanco, el general Iván Paulós, jefe del servicio de Informaciones de la Defensa (SID), y el coronel Pedro Antonio Mato Narbondo, acusado de haber sido uno de los organizadores de la represión y las torturas en el centro de detención clandestina de Buenos Aires conocido como Automotores Orletti.

No hay en la lista de acusados ningún militar argentino, aunque varios de los 23 desaparecidos fueron secuestrados en este país. La Argentina no quiere por ahora ocuparse de un juicio (de um julgamento) internacional porque se podrían debilitar los juicios (julgamentos) que se están llevando, explicaron fuentes oficiales argentinas en Roma en el momento en que el juez Arturi comenzó sus investigaciones. En Italia se hicieron juicios (julgamentos) contra los militares argentinos cuando en la Argentina, por las leyes de obediencia debida y de punto final, no se podían hacer esos procesos. Pero desde que la Argentina eliminó esas trabas, con los mismos testigos (com as mesmas testemunhas) y los mismos elementos probatorios, no tendría sentido llevar adelante dos juicios (dois julgamentos), explicó la fuente argentina.

Los 23 desaparecidos, todos descendientes de italianos – y según la ley de la península, italianos puros –. Se trata de seis argentinos – dos (dois) secuestrados en Bolivia, dos (dois) en Brasil y dos (dois) en Paraguay –, cuatro ciudadanos chilenos secuestrados en el propio país y 13 uruguayos desaparecidos en la Argentina.

Tradução (parcial): Jadson Oliveira

Falam os familiares (link para continuar lendo a matéria, em espanhol, no Página/12):

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