PASCUAL SERRANO: A INFORMAÇÃO INTERNACIONAL TAMBÉM É MULTIPOLAR

(Foto: Alejandro Villanueva/Flickr)

RT, Telesur, Al-Jazeera, CCTV, PressTV: conheça quais são os veículos de comunicação públicos que estão permitindo uma comunicação global mais multipolar.


Por Pascual Serrano - eldiario.es - do portal Carta Maior, de 22/04/2015

Nos Anos 80, o único canal de notícias 24 horas que existia em todo o mundo era o norte-americano CNN. Hoje, temos centenas. Entre eles, pode-se destacar alguns de grande cobertura e orçamento, curiosamente de propriedade pública: Rússia, China, Qatar, Irã e Venezuela são os países que os mantêm. Não negam que seu objetivo é apresentar uma alternativa ao predomínio da mensagem ocidental, são conscientes de que uma grande parte da opinião pública mundial se nega a depender exclusivamente do samba de uma nota só dos meios ocidentais e quer conhecer outras interpretações do panorama internacional.
 
Tanto que muitos dos atuais canais internacionais de notícias buscam um modelo anti-CNN para se identificar. Isso levou a outrora secretária de Estado Hillary Clinton a afirmar que “as grandes cadeias de televisão estadunidenses estão perdendo espaço para a russa RT, a chinesa CCTV e a Al Jazeera, do Qatar”. Vejamos quais são essas vozes que tanto preocupam Hillary Clinton e que estão permitindo uma comunicação global mais multipolar.
 
RT
 
Propriedade do Estado russo, também é conhecida como Russia Today. Surgiu em 2005, com um orçamento de 30 milhões de dólares, que hoje é dez vezes maior: 313 milhões. Incorporou a agência estatal RIA Novosti. Emite em inglês (tem, inclusive, uma programação específica para o Reino Unido, onde é a terceira cadeia de notícias, com dois milhões de espectadores, enquanto nos Estados Unidos é o segundo canal estrangeiro mais visto), em espanhol (desde 2009) e árabe, e está previsto começar em breve com as transmissões em francês e alemão. Na América Latina, mais de 900 operadores de televisão a cabo transmitem seu sinal.

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Telesur
 

Criada em 2005, por iniciativa do então presidente venezuelano Hugo Chávez. Pela primeira vez, vários países se agrupam para criar uma televisão internacional de notícias. Formam parte dela, além da Venezuela, países como Cuba, Argentina, Brasil, Bolívia e Equador, com Uruguai e Nicarágua sendo agregados posteriormente. Se define como “um meio de comunicação latino-americano com vocação social, orientado a liderar e promover os processos de união dos povos do Sul”. Ainda assim, reconhece trabalhar “para a construção de uma nova ordem comunicacional”.
 
Tem correspondentes em praticamente todos os países latino-americanos, e também em Washington, Madrid e Londres. Algumas coberturas foram míticas, como a do golpe de Estado em Honduras, a do conflito armado na Colômbia ou a dos Fóruns Sociais Mundiais, onde quer que aconteçam. Com isso, vem confirmando sua aposta por uma nova visão internacional da atualidade, a partir de uma perspectiva hispanoparlante.
 
Em julho de 2004, inaugurou um canal em inglês dirigido aos Estados Unidos, que envia sinal de Quito. Nele, conta com a colaboração de figuras como Noam Chomsky, Oliver Stone e Tariq Ali.
 
Curiosamente, os meios predominantes de Ocidente, que fazem da liberdade de expressão e dos meios uma bandeira democrática em seus países, e qualificam os novos meios não ocidentais como ferramentas a favor de ditaduras e contra a democracia. Inclusive, foram várias as tentativas de proibi-las. O regulador do mercado televisivo no Reino Unido considerou a RT culpada de violar o código ético por sua “parcialidade” na cobertura da crise da Ucrânia, em março de 2014, e ameaçou retirar sua licença. O organismo advertiu o canal que se produzissem mais vulnerações desse código, poderiam perder sua licença.

Clicar para ler a matéria completa na Carta Maior, com mais informações da RT e Telesur e também da Televisão Central da China, da Press TV e Hispan TV (do Irã) e da Al Jazeera (do Qatar).

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